Marina Azze
- Foxes
- 16 de jun. de 2017
- 5 min de leitura
Atualizado: 12 de jan. de 2021
“Eu não sou só isso, eu sou isso também.”
“Eu não mudei, mas as pessoas mudam com você.
Achavam que eu estava metida.”

Com um currículo artístico vasto, a atriz, modelo e empresária Marina Azze, também se envolveu com o mundo digital. É dona do blog marinaazze.com.br, onde ela mostra o seu trabalho, tanto interpretação quanto moda; e em seu canal no YouTube que conta com 33 mil inscritos, fala sobre beleza e as carreiras mais visadas para os que correm atrás da fama. Ser modelo e atriz no Brasil é um tanto complicado, principalmente se você mora no interior, mas a top desmistifica esse tabu e revela que se você quer algo da vida, tem que correr atrás.
Marina concordou gentilmente em dar uma entrevista para a equipe Foxes, e a repórter Renata Villela esteve em um bate-papo muito gostoso com a blogueira.
Em sua carreira, Marina trabalhou uma temporada na TV Alterosa, da emissora SBT. Ela conta um pouco como foi essa experiência.
“Como eu tinha acabado de voltar do Rio de Janeiro, as pessoas souberam que eu estava aqui e me convidaram para fazer propagandas de lojas daqui da cidade, e com isso surgiu o convite de apresentar o programa. Eu só não continuei porque o programa estava me limitando demais e eu gosto de ter a liberdade para dar opinião em tudo.”
Durante a entrevista, Marina revela que ser modelo nunca foi sua intenção, mas que foi o recurso encontrado para que pudesse pagar sua faculdade de teatro, onde residia seu maior sonho: ser atriz.
Renata entra então no tema mídia digital, ela pergunta sobre o blog da top, criação, parcerias, dificuldades e público. Marina responde as questões com bastante clareza e sem rodeios: “Eu comecei faz 2 anos e meio e conheço muitas meninas que começaram junto comigo e que não aguentaram o trampo. As pessoas acham que é só fazer um vídeo que já faz sucesso. [...] Quando a loja me procura para fazer propaganda de seu produto, eu não vou só postar a foto e o produto irá vender, eu irei gerar um conteúdo para a loja e irei postar referências de moda no meu blog. E como eu venho do mercado da moda, eu não gosto ver blogueiras postando em suas redes sociais sobre tal produto e falando que amou só porque foi paga. Eu só posto quando eu estiver preparada e se o produto for bom. As vezes eu penso que não tem público me assistindo, e as lojas que eu fechei comentam que foram pessoas atrás deles, minhas seguidoras me mandam fotos de algum produto que eu indiquei. E é assim que eu vejo um retorno imediato daquilo que eu faço. [...] Eu não sou dessa geração (público jovem), eu atinjo eles porque eles querem saber como se tornarem modelos, só que o meu conteúdo não é o que as crianças querem ver. [...] Várias vezes eu pensei em desistir, muitas pessoas que não tem talento fazem sucesso, nós que viemos de uma formação acadêmica, temos uma visão da internet diferente, existem várias pessoas com esse talento e o público não dá valor (formação acadêmica) e focam em outros tipos de entretenimento.”
Marina conta que já teve alergias e o cabelo danificado por causa de alguns produtos que testou, mas acredita que é isso que acontece com uma influenciadora digital, que precisa muitas vezes ser cobaia para que outras pessoas possam ter uma melhor visão de determinados produtos.

CONSELHO DA AZZE: O que eu sugiro para as pessoas que querem ser influenciers... é pra fazer isso como como hobbie. E se virar, beleza. E não parar de estudar, eu sinto muito que as meninas começam a fazer sucesso na internet e resolvem parar de estudar.
Sobre salário, a blogueira diz que as coisas não são bem assim, como as pessoas acreditam que sejam, as mil maravilhas. “Toda empresa tem um midiakit e a partir disso você recebe ao postar sobre o produto. Eu não ganho dinheiro com o Youtube, eu vejo ele como um recurso para ajudar as meninas que me seguem. Eu quero ter informação que tenha algum sentido pra minha vida e não informação por informação.”
A youtuber sabe que possui fãs, mas afirma que é uma pessoa comum e não uma heroína, entre risadas ela diz: “Gente não vira fã meu não, peguem as informações e montem um canal pra vocês. Eu fico um pouco preocupada com essa geração em que não buscam muita informação e buscam um herói. Eu acho que as redes sociais vieram para ajudar os artistas [...]”
Azze fala que na internet encontrou mais liberdade e proximidade com o público, coisa que não tinha na TV. Ela também diz que as pessoas veem na internet aquilo que querem, aquilo que lhes interessa, e que não dá para ficar sabendo de tudo o que rola.
A repórter entra na questão de postagens que não são bem recebidas pelos internautas, e sobre o limite da liberdade de expressão dos influencers. A atriz revela então que gostaria de ter mais liberdade de falar o que pensa nas redes sociais e que já ficou de castigo no facebook, devido a uma postagem que não foi bem recebida em um grupo. “Influenciador não tem tanta liberdade de falar o que pensa, porque é massacrado. Eu resolvi falar de coisas boas que eu vejo da vida ou alguma coisa que vai agregar alguma mudança social.”
Na televisão, seu primeiro trabalho foi no ‘Planeta Xuxa’ como garota do zodíaco, nessa época, ela ainda morava no Rio de Janeiro. “Gostei muito das coisas que eu fiz na TV, mas eu sou mais feliz fazendo cinema. Eu acho que sou mais útil aqui em Varginha do que eu era no Rio, [...] e eu quero ser útil.”

Durante seu trabalho na TV Alterosa, Marina acredita que as pessoas tinham uma imagem de glamour, e que agora com as redes sociais ela pode mostrar como ela é de verdade, seu quarto, suas coisas... Mostrar sua realidade.
“Minha irmã é bailarina, e eu era muito boa por causa da minha comunicação e facilidade em interpretar, sempre fiz parte dos grupos de teatro e sempre ganhei prêmios, eu achei uma vida sem ser no grupo da escola.”
Sobre ser influencer, ela fala do cuidado que toma para não moldar e castrar o pensamento do público, e acredita que todos nesse ramo devem ter o mesmo cuidado. “A parte positiva de ser influenciadora é que você chega a mais pessoas, e teu trabalho ganha um respeito maior; e a negativa é que as pessoas não enxergam o que você vai querer mostrar, elas te interpretam de um jeito que elas querem ver.” Já sobre os hatersMarina diz ter certeza de que eles existem em suas redes sociais. “Pessoas que não gostam da gente sempre teve e sempre vai ter." Ela revela que recebe muitas críticas sobre o seu nariz, e que quase fez uma cirurgia, mas percebeu que o nariz era a peculiaridade que a tornava diferente na sua carreira de modelo. “O pessoal daqui me olhava como se fosse louquinha. [...] Se eu não tivesse esse nariz, eu seria só mais uma branquinha com olho clarinho.”
Ela conta que resolveu dar uma freada, pois, não é só uma youtuber e tem outras responsabilidades. “Estou nessa desde pequena, mas eu acho que o Youtube não tem nada haver com a minha carreira.” Seus ideais como youtuber vão além da visibilidade que ele lhe proporciona, ajudar as pessoas a encontrarem sem caminho é seu principal objetivo com a rede. “O Youtube agora é uma fase em que estamos brincando.”
“Minha carreira como atriz irá durar pra sempre. Já estou no sétimo filme.”
