Mansifield Park
- Carolina Lima
- 1 de fev. de 2016
- 1 min de leitura
Atualizado: 12 de jan. de 2021
Jane Austen, como sempre, me remete a um nível superior de entretenimento. Com Mansifield Park fui levada a uma história comovente e encantadora, onde sentimos como Fanny Price e enxergamos como Fanny Price os prazeres do amor juvenil e não correspondido, o ciúme recatado e moderado, guardado para si, os medos e incertezas e por fim o deleite de ver seus sonhos finalmente realizados.
PORQUE VALE A PENA LER ESTE LIVRO: A sociedade do séc. XVIII é extremamente encantadora desde o modo como as pessoas se olhavam (apenas com o olhar se decifrava o sentimento do outro) aos seus meios de comunicação. Todos esses encantos são detalhadamente relatados neste romance e durante sua leitura a distância de tempo entre a história e nossa realidade torna-se imperceptível.
"Que vantagem essa, fortalecida pelo amor, diante da qual o laço fraterno tem primazia sobre o conjugal. Os filhos da mesma família, do mesmo sangue, com as mesmas primeiras associações e hábitos, tem certos meios de satisfação mútua em seu poder, que nenhuma união posterior pode proporcionar; e para que sobrevivam inteiramente esses preciosos remanescentes dos primeiros afetos, precisava haver uma separação longa e forçada, um divórcio, que nenhum relacionamento posterior consegue justificar. Com demasiada frequência, assim ocorre. O amor fraternal às vezes quase tudo é, em outras, pior que nada. Mas com Willian e Fanny Pice, tratava-se de um sentimento que continuava em toda plenitude e todo frescor, ileso de qualquer oposição de interesses, não arrefecido por nenhum outro afeto, que a influência do tempo e da distância só contribuiu para aumentar."
